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Smart Active License: uma proposta mais leve e inteligente

Simples, eficiente e difícil de burlar. Um sistema agnóstico de linguagem que protege seu software sem complicar a vida do usuário.

Introdução

Gerenciar licenças de software sempre foi um equilíbrio delicado. De um lado, é necessário proteger o sistema contra acessos indevidos, logins simultâneos ou o compartilhamento de contas. Do outro, é preciso oferecer ao usuário liberdade para utilizar o aplicativo em diferentes dispositivos — algo cada vez mais natural no cotidiano atual.

Uma abordagem comum é vincular a licença a dispositivos específicos. Nesse modelo, o sistema autoriza previamente quais dispositivos podem usar o aplicativo. A Adobe, por exemplo, permite que uma conta seja associada a até dois dispositivos. Ao tentar acessar através de um terceiro, o sistema solicita que o usuário desconecte um dos dispositivos anteriores para liberar o novo — evitando o uso da mesma licença em outros dispositivos.

Modelos semelhantes também são utilizados por empresas como Microsoft e JetBrains, com algumas variações. Em certos casos, é permitido usar a licença em qualquer dispositivo, desde que apenas um esteja ativo por vez — isso é conhecido como licença flutuante. Em outros, o sistema exige uma validação periódica online, para confirmar que o dispositivo ainda está autorizado a usar o software.

Embora esses mecanismos reforcem a segurança e o controle, o foco principal continua sendo a restrição preventiva — ou seja, impedir o uso antes que ele ocorra, com base em regras previamente definidas.


Controle de licenças baseado em sessões ativas: simples e escalável

No modelo tradicional, cada licença é muitas vezes vinculada diretamente a um usuário específico ou a um dispositivo. Isso pode parecer lógico do ponto de vista do controle, mas gera rigidez desnecessária e desperdício de recursos — especialmente em ambientes onde os usuários não utilizam o sistema ao mesmo tempo.

Smart Active License inverte essa lógica. Em vez de vincular a licença a quem pode usar, ele foca em quantas pessoas estão usando ao mesmo tempo.

Neste artigo, usamos o termo “sessão” como sinônimo de login ativo. Em ambientes web, o termo geralmente se refere a uma conexão temporária baseada em cookies ou tokens. Aqui, nosso foco está na ideia de que uma licença só pode estar ativa em um dispositivo por vez.

Como funciona, na prática?

Imagine que sua empresa possua 10 usuários cadastrados, mas adquire apenas 5 licenças. Isso é possível porque, na prática, no máximo 5 usuários permanecem com sessão ativa simultaneamente. Os demais podem se conectar normalmente — desde que haja licenças disponíveis no momento do login.

A inteligência do sistema está no controle do estado de cada usuário e na gestão das sessões ativas. O processo de login segue a seguinte lógica:

  • Se o usuário já possui uma sessão ativa, o sistema pergunta se ele deseja transferir a licença para a nova sessão:
    • Se confirmar, a licença é transferida.
    • Se não confirmar, o aplicativo é encerrado.
  • Se o usuário não possui uma sessão ativa, o sistema verifica se há licenças disponíveis:
    • Se houver, o login é aceito e o contador de licenças ativas é incrementado.
    • Se não houver, o usuário é informado de que todas as licenças estão em uso.

Ao fazer logoff:

  • O sistema marca o usuário como não logado;
  • A contagem de licenças em uso é reduzida.

O que é necessário?

  • Um campo no cadastro do usuário indicando se está logado ou não;
  • Um contador global de sessões ativas;
  • Um controle de concorrência simples nas operações de login/logout.

Como funciona a transferência de licença

A chave do Smart Active License está no controle por sessão ativa, que funciona por meio de um identificador exclusivo gerado no momento do login.

Etapas da autenticação e uso da licença

  1. Geração do identificador
    • No momento do login, o sistema gera um identificador único (por exemplo, um UUID) e o armazena no campo SessionToken do usuário.
  2. Validação entre dois dispositivos
    • Se um segundo dispositivo tentar logar com o mesmo usuário:
      • O cliente gera um novo identificador;
      • O backend detecta que o identificador atual é diferente do registrado;
      • Solicita ao usuário a transferência de sessão;
      • Se autorizado, o novo identificador substitui o anterior.
  3. Rejeição automática no dispositivo anterior
    • Se o usuário tentar continuar usando o app no dispositivo antigo, o backend detecta que o identificador é inválido e fecha o aplicativo.
  4. Liberação da licença (logoff)
    • O campo SessionToken é limpo;
    • A contagem de sessões ativas é reduzida.

Segurança adicional (opcional)

  • Prefixos criptografados com data, IP parcial ou assinatura digital;
  • Hash de sessão baseado em tempo ou origem;
  • Expiração automática após inatividade.

Lidando com Logins Fantasmas

Em dispositivos móveis ou desktops, é comum que o usuário feche o aplicativo sem fazer logout. Nesses casos, a sessão permanece ativa e a licença continua ocupada.

Soluções sugeridas:

  1. Timeout de sessão no backend
    • Se não houver atividade por X minutos:
      • Limpa SessionToken;
      • Reduz a contagem de licenças.
  2. Heartbeat no cliente
    • O app envia pings regulares;
    • Se parar, o backend considera a sessão encerrada.
  3. Painel administrativo (opcional)
    • Admins podem visualizar sessões ativas e encerrar manualmente.

Resultado

  • Nenhuma licença é desperdiçada;
  • A experiência do usuário não é prejudicada;
  • O sistema permanece leve, auditável e escalável.

Conclusão: simples, mas não simplista

Smart Active License não é uma ideia nova no conceito de licenças flutuantes, mas é uma execução renovada com foco em leveza, clareza e escalabilidade.

  • Dispensa servidores dedicados de licença;
  • Não depende de IP, hardware ou autenticação externa;
  • Se adapta ao ritmo de uso real;
  • Reduz suporte, evita frustrações e promove expansão natural do número de licenças.
Em um mundo com camadas cada vez mais complexas, a simples inteligência do uso real pode ser a melhor arquitetura.

O Smart Active License é uma solução madura, ética e acessível, pronta para atender desde pequenas equipes a grandes operações corporativas sem burocracia ou desperdício.


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Sobre o autor

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No TheCodeNaked, programar é consequência, não ponto de partida. Antes do código, vem a dúvida, a análise, o contexto. Não seguimos fórmulas — questionamos. Criar software é pensar com clareza. O resto é só digitação.

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